segunda-feira, 19 de março de 2012

DINÂMICA HÍDRICA DA REGIÃO DO PLANALTO DE VITÓRIA DA CONQUISTA –BA


A região do municipio de Vitória da Conquista apresenta um clima de transição entre o sub-úmido e o semi-árido, com temperatura anual de 19,6Cº e com uma pluviosidade que gira em torno de 771mm  caracterizando a existência de vegetação de transição na parte mais alta com ocorrência de mata mista. É uma região planaltica, sendo uma área de interfluvio que serve de divisores de água das bacias do Rio de Contas ao norte e Rio Pardo ao sul.
 A hidrografia do planalto conquistense é bem fraca, não possuindo muitos rios em suas superfícies, mas possui importância pois funciona como transmissor de água para outras áreas. 
Ao longo das encostas da Serra do Peri-Peri percebe-se alguns níveis de drenagens incipientes e pequenas, mas que ajuda a alimentar essa pouca drenagem que se apresenta sobre o terreno geológicos da cidade de Vitória da Conquista. 
Os aspectos hidrográficos desta região são limitados devido a atuação de alguns agentes como o clima, a estrutura geológica, o relevo e o solo. Isso se dá em função de diversos fatores específicos desta região, pois o clima de transição entre o sub-úmido e o semi-árido faz com que o planalto apresente uma vertente voltado pra a semi-aridez (em direção a região do município de Jequié) e outra voltada para o clima úmido ( em direção a região do município de Itapetinga). 
A estrutura do relevo é caracterizada por possuir um mapeamento sedimentar com a presença do quartzito bem friável, devido a este fator essa região não é adequada para produzir e armazenar água pra ela mesmo, pois a medida que a precipitação age sobre a área plana ocorre a infiltração devido a formação de sedimentos bastantes porosos. Essa propriedade caracteriza uma infiltração acelerada. Entretanto a presença do solo tipo Latossolo – Amarelo que se caracteriza por ser um solo muito evoluído com grau elevado de maturidade,
horizontes bem definidos e um alinhamento muito forte. Essas propriedades dificulta a infiltração da água, originando-se assim a formação de topo de drenagem em áreas específicas.
 Por se tratar de uma área embaseada vai favorecer que a água captada pelos sedimentos seja encaminhada, formando drenagens menores que vão dando formado e volume de água a Bacia do Rio Verruga, que em sua maior parte circula pelo interior dos sedimentos.
O Rio Verruga vem sofrendo com a grande degradação ambiental, como exemplo o desmatamento da mata ciliar, despejo de poluentes gerados pelas atividades humanas, ocupação e uso irregular do solo, introdução de culturas próximos as margens, atividades pastoris entre outros.
 A poluição, entretanto, decorre de uma mudança na qualidade física, química, radiológica ou biológica do ar, água ou solo, causada pelo homem ou por outras atividades antropogênicas que podem ser prejudiciais ao uso presente, futuro e potencial do recurso (BRANCO, 1991)
 Todas essas ações realizadas de forma não planejada e sem nenhuma preocupação com os recursos naturais geram profundas transformações no espaço acarretando na poluição das águas, diminuindo o índice de oxigênio, dificultando a existência de vida aquática.

PROXIMIDADES DA SERRA DO MARÇAL 

Em direção a vertente mais oriental do planalto entrando na depressão de  Itabuna e Itapetinga percebe-se uma mudança da paisagem, pois o relevo se torna mais colinoso com a identificação de vales muitos profundos e mais bem construídos, apresentando também um resíduo pequeno de vegetação nativa. Ao
passar pela Serra do Marçal ocorre a convergência das Bacias do Rio Verruga, Rio
de Contas, Rio Catolé e Cachoeiras.
Com relação a cobertura geológica a Serra do Marçal apresenta um embasamento cristalino, substituindo a cobertura sedimentar do planalto conquistense. No contato do sedimento com o cristalino se dá uma grande produção de água, pois toda água captada pelo sedimento é direcionada para as áreas de declive, uma parte dessas águas tende a ressurgir nessas zonas de contato de sedimentos com embasamento. Portanto, nas proximidades da Serra do Marçal se constitui uma zona que ajuda bastante na alimentação da Bacia do Rio Pardo.
A Serra Marçal é bastante abrupta, a vegetaçãoa se altera e o índice geométrico se torna mais significativo. Essa declividade torna-se importante para a formação de vales, pois o fluxo de água é muito acentuado.

RIO CATOLÉ

O Rio Catolé possui sua nascente na região do munícipio de Barra do Choça cortando a cidade de Itapetinga e desagua no Rio Pardo. As regiões que circundam essa bacia apresentam um conjunto de serras bastante significativas e no centro uma grande área deprimida e plana, caracterizado pelo planalto de Vitória da Conquista, que facilita o escoamento do sistema de drenagem do Rio catolé, portanto é uma área que envia água para depressão de Itapetinga e Itabuna tendo como principal a Bacia do Rio Pardo, com conjuntos de ramificações de bacias menores.
O Rio Catolé é uma drenagem urbana que corta o município de Itapetinga, e em função disso todo esgotamento é lançado no sistema fluvial. O nível de água desse rio está diminuindo cada vez mais em decorrência do processo de sedimentação, que dá origem a muitos bancos de areia situados no decorrer do rio. Esse fato se agrava em decorrência do desmatamento da mata ciliar, que protege o leito do rio. Quando essa mata ciliar é devastada a erosão age com maior intensidade, carregando detritos para o fundo do rio dando origem ao assoreamento, implicando na falta de capacidade do rio em transportar sedimentos,
perdendo assim sua força e velocidade. Esse fenômeno, está fazendo com que o rio diminua cada vez mais a sua vazão e sua largura. Foi observado a presença de uma planície aluvial decorrente dos depósitos originados pela erosão do rio. Nas épocas de cheia o rio não consegue atingir essa planície em função da seca e do desmatamento interferindo no seu ciclo hidrológico.
Além disso a água perde a sua qualidade, pois seus padrões químicos e biológicos vão sendo alterados em funçaõ da matéria orgânica que é lançada no rio junto com o lixo e esgoto, gerando o apodrecimento da água e diminuindo índice deoxigênio, dificultando qualquer tipo de vida animal ao decorrer do seu curso.

RIO PARDO

O Pardo é uma bacia com rio exorreico, pois ele desagua diretamente no oceano na cidade de Canavieiras, depois de passar por cidades como Mascote, Camacã, Pau Brasil, Macarani, etc. possui uma drenagem perene e segue um alinhamento estrutural. A maioria dos rios desta região apresentam a característica
meândrica, ou seja, tendem a circular em curvas em função da topografia plana.Este rio passa por um leito rochoso dando a entender que ele está sendo controlado pela estrutura do embasamento, por ser um rio de baixa declividade irá apresentar uma competência pequena. Rios de baixa competência escoam pelo relevo até chegar ao embasamento perdendo a função de entalhamento e seguindo o curso horizontal. Nesta região o Rio Pardo escoa por uma área deprimida funcionando como nível de base regional para as outras drenagens localizadas nesta área. EmCanavieiras que é onde ele desemboca no oceano, o rio vai se apresentar em uma outra condição ambiental, com a presença de mangues, estuário, águas salinas,
alterando o Ph da água, assim como sua condições fícas, químicas e biológicas. Assim como visto nos outros rios, o Rio Pardo também sofre pela degradação ambiental agravada pela ações antrópicas, e acentuada pelo despejo de rios altamente poluídos em suas águas, como é o caso do Rio Catolé, que é seu
afluente.













REFERENCIAS: 
DINÂMICA HÍDRICA DA REGIÃO DO PLANALTO DE VITÓRIA DA CONQUISTA –BA
Carolina Gusmão Souza; Fabiane Silva Santos; Luana Cangussu Machado; Minéia Venturini Menezes;Talina Souza Araújo  Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia/ Campus de Vitória da Conquista- BA

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